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domingo, 20 de maio de 2012

Laodiceia, a igreja morna


 E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:  Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.(Ap 3. 14-22)

Laodiceia, uma cidade soberba
Centro financeiro da Ásia Menor, laodiceia destacava-se também pela indústria têxtil e por uma escola de medicina especializada em oftalmologia. No entanto, via-se em grandes dificuldades, por causa de seu precário abastecimento de água.
Fundada em 250 a.C., a cidade ocupava uma posição estratégica, e, por isso mesmo, muito cobiçada na Ásia Menor. De leste a oeste, era cortada pela estrada pérgamo-Sardes. E, do fértil Vale do Licos, tirava o necessário para o florescimento de sua agricultura.
No ano 60 d.C., Laodiceia foi abalada por um grande terremoto. Mas, soberba e prepotente, recusou-se a reconstruir-se com o auxílio do Império Romano. Ela mesma encarregou-se de reerguer-se do pó, e fez questão de mostrar que nada poderia destruir-lhe a formidável riqueza. Afinal, era a Cida dos banqueiros e milionários. Sua influência estendia-se por toda a região, e acabou por afetar até mesmo a igreja estabelecida em seus termos.

Uma igreja cercada por Laodiceia
Quando Israel chegou ás cercanias de Jericó, a cidade foi tomada pelo terror, não porque o exército hebreu fosse numeroso. Ela foi aterrorizada porque os israelitas eram precedidos por um testemunho profético e sacerdotal. E isso fez com que Jericó se encerrasse em seus muros, pois sabia que Israel tinha um firme compromisso com o Deus santo e verdadeiro. O cerco daquela impenitente cidade era implacável, conforme informa o autor sagrado: “Ora, Jericó estava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía, nem entrava”(Js 6.1).
A  igreja em Laodiceia, porém, já não tinha testemunho, nem profecia, nem sacerdócio. Ao invés de sitiar, deixou-se sitiar. Em vez de transformar, conformou-se. E, agora, já não havia diferença entre ela e Laodiceia. Sobrepujada por esta, já não tinha força testemunhal para levar a opulenta e orgulhosa cidade a receber o Evangelho de Cristo.
Apesar de haver sido estabelecida como resultado de um grande avivamento, a igreja em Laodiceia acabou por conformar-se áquela atraente, mas iníqua metrópole. Foi por isso que Jesus escolheu-a como uma das destinatárias do Apocalipse. Com isso, visava o Senhor a duas coisas. Em primeiro lugar, corrigir a postura daquela rebanho e conduzi-lo na Palavra de Deus. E, também, alertar as demais igrejas a que fujam da mornidão espiritual.


(ANDRADE, Claudionor. Os sete castiçais de ouro: A mensagem final de cristo à igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, PP. 128, 129). 


segunda-feira, 7 de maio de 2012

SARDES, A IGREJA MORTA


Ninguém conseguia acreditar que bem ali, entre as congregações da Ásia Menor, jazia uma igreja morta. Deitada naquele luxuoso esquife, lembrava mais a Bela Adormecida. Infelizmente, não era um conto que e narrava ali. O que se via era um drama desenrolado em tragédia. Contemplado-a mais perto, tinha-se a impressão de que ela, estendida placidamente no ataúde de seu eclesiasticismo burocrático e inflexível, aguardava apenas a chegada do príncipe. E, que este, com um único beijo, devolvê-la-ia  à vida. A história poderia, então, ter um final venturoso: “E viveram felizes para sempre”.
A igreja em Sardes fora morrendo aos poucos, até esvaziar-se do Espírito Santo. Mas ninguém dizia que estava morta. Sempre bem maquiada administrativamente, e ostentando ricos ornatos litúrgicos, conseguia fingir uma vida que enganava a própria vida, agora, ali estava Sardes à espera do beijo que a desencantaria do sono fatal.
O Príncipe da vida não apareceu. Mas enviou-lhe uma carta, por intermédio de João, buscando reavivar-lhe a partícula de vida que lhe remanescia no organismo. Um organismo adoentado, mumificando-se organizacionalmente. A carta trouxe não só o beijo do Noivo, mas o hálito do Espírito Santo que, assoprando sobre ela um grande avivamento, ressuscitá-la-ia para uma vida de plenitude.
Muitas igrejas, hoje, assemelham-se a Sardes. Morreram e ainda não o sabem. Vivem do passado, pois já não existem no presente. E , apesar de serem admiradas como história, são lastimadas por já não fazerem história. 


( OS SETE CASTIÇAIS DE OURO)